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TDAH e compulsão alimentar estão relacionados? Psicóloga esclarece a dúvida
Guia Culinário 16/04/2020

TDAH e compulsão alimentar estão relacionados? Psicóloga esclarece a dúvida

Você já ouviu falar no TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)? Caracterizado por sintomas como desatenção, agitação e impulsividade, esse transtorno afeta a química do cérebro e costuma se manifestar ainda na infância. O que muita gente não sabe, no entanto, é que esse problema também pode afetar a forma como o indivíduo lida com a alimentação. Para saber mais sobre o assunto, nós conversamos com a psicóloga Mariana Massari, que falou mais sobre a relação do TDAH com a compulsão alimentar (vontade excessiva de comer). Confira!

Pessoas com TDAH podem ter menos controle com a alimentação

De acordo com a psicóloga, o TDAH pode afetar diferentes aspectos da vida do indivíduo, incluindo a alimentação. Quando questionada se existe de fato uma relação entre TDAH e compulsão alimentar, a profissional afirma: “Várias pesquisas apontam que sim. Há comorbidade entre TDAH e transtornos alimentares, onde se encaixa a compulsão alimentar. Ou seja, eles podem ocorrer juntos”.

É importante ter cuidado para não cair em uma rotina de alimentação não saudável

Afinal, como o TDAH pode influenciar a alimentação diária? A psicóloga explica melhor como esse transtorno afeta diretamente os hábitos e comportamentos do indivíduo “O TDAH pode ser caracterizado por uma alteração na química cerebral, levando a alterações no comportamento da pessoa. Essa alteração química afeta a produção, a recepção ou conexão de neurotransmissores, tendo como consequência um mal funcionamento do cérebro, causando falta de atenção e de controle. No caso da compulsão alimentar, a falta de controle tem papel fundamental no seu desenvolvimento, já que não há ação adequada para inibir a ingestão excessiva de alimentos“, explica Mariana.

O grande problema de perder o controle com a alimentação é que, assim, fica mais difícil manter hábitos saudáveis. De acordo com a psicóloga, a compulsão alimentar, de uma forma geral, faz com que o indivíduo consuma alimentos gordurosos e não recomendados por nutricionistas. Por isso, é muito importante ter atenção e tomar certos cuidados. “A pessoa acaba não planejando a alimentação, comendo sem pensar, de forma impulsiva. E, quando comemos sem pensar muito, acabamos buscando direto alimentos que nos dão recompensas instantâneas, como aquele prazer de comer um hambúrguer com fritas – alimento calórico e com alto teor de gorduras”, afirma.

TDAH também pode afetar a qualidade do sono e, consequentemente, a alimentação do indivíduo

Você sabia que o sono também pode influenciar na alimentação? A psicóloga explica melhor como isso funciona para quem tem TDAH. “Há também o impacto do sono. Quando não dormimos muito bem, o que é comum em pessoas com TDAH, temos maior tendência a impulsividade e falta de atenção. Além de que, comer em excesso é um comportamento comum em pessoas com alguns transtornos emocionais, como a depressão e ansiedade, transtornos muito frequentes nos pacientes com TDAH. Mudança no padrão de sono influencia no apetite e na nossa capacidade de se sentir saciado, logo, influencia também na quantidade de alimento ingerido”, explica a profissional.

Como amenizar os sintomas do TDAH e ter mais controle com a alimentação?

Para tratar o TDAH e buscar mais equilíbrio na rotina, é muito importante buscar o tratamento adequado. De acordo com a psicóloga, existem diversas formas de amenizar os sintomas do transtorno. “O TDAH pode ter seus sintomas amenizados através de psicoterapia, onde será possível desenvolver novas habilidades de autocontrole, de planejamento e organização, que terão impacto na alimentação e no dia a dia do indivíduo”, recomenda a profissional.

“Como também é comum a hiperatividade, exercícios físicos regulares podem ajudar, já que aumentam o gasto calórico. Dormir bem é fundamental para o funcionamento correto do nosso cérebro, ajudando nas questões químicas e emocionais e evitando o ‘comer emocional’. Em alguns casos, medicamentos podem auxiliar. No entanto, é importante consultar uma equipe multidisciplinar para avaliar cada caso”, finaliza Mariana.

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