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Leptina e grelina: entenda a relação desses hormônios com a obesidade
Guia Culinário 29/10/2020

Leptina e grelina: entenda a relação desses hormônios com a obesidade

Você sabia que existem hormônios responsáveis por incentivar e inibir o nosso apetite? A leptina e a grelina, em especial, são substâncias que ajudam no controle da gordura corporal e precisam estar sempre em equilíbrio no organismo. Para entender melhor o funcionamento desses hormônios e sua relação com a obesidade, nós conversamos com a nutricionista Carine Rodrigues, que esclareceu vários pontos importantes.

Para começar, a nutricionista destaca que a obesidade, em muitos casos, pode desencadear problemas de saúde bem graves e, por isso, deve ser encarada com seriedade. “A obesidade é um distúrbio do metabolismo, sendo considerada um problema de saúde pública muito frequente nos dias atuais. O excesso de tecido adiposo, principalmente na região abdominal, está intimamente relacionado ao risco de desenvolvimento de doença arterial coronária, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemias (problemas de colesterol alto). A maior parte dessas doenças está relacionada à ação do tecido adiposo como órgão endócrino, uma vez que os adipócitos (células que armazenam gorduras) sintetizam diversas substâncias que atuam no metabolismo e controle de diversos sistemas”, explica a profissional.

Qual a função da leptina e grelina no organismo?

A leptina e a grelina são basicamente hormônios produzidos por células armazenadoras de gordura que cumprem função importante no controle da composição de gordura do corpo.

“Dentre as diversas substâncias sintetizadas pelos adipócitos, destaca-se a leptina, um peptídeo responsável pela saciedade, que desempenha um papel importante na regulação da ingestão alimentar e no gasto energético, gerando um aumento na queima de energia e diminuindo a ingestão alimentar. A grelina, ao contrário da leptina, é um hormônio que estimula o apetite, é produzido pelas células do estômago e está diretamente envolvida na regulação a curto prazo do balanço energético. Além disso, estimula a lipogênese (síntese de gorduras) e reduz a taxa metabólica”, afirma Carine.

Obesidade pode criar um quadro de resistência à leptina

Sabe quando o corpo cria resistência a determinado hormônio ou substância? Isso ocorre, por exemplo, no caso da diabetes – em que o organismo acaba ficando resistente à insulina, o que dificulta (ou impossibilita) o metabolismo da glicose. De acordo com a nutricionista, no caso de pessoas obesas é possível que esse tipo de problema ocorra com outros hormônios. “O excesso de peso eleva os níveis plasmáticos de leptina, originando uma resistência à sua ação no organismo, acarretando em um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto energético. A perda de peso é capaz de restabelecer esse equilíbrio, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos”, explica.

Já a grelina, ao contrário do esperado, é encontrada em taxas menores em pessoas obesas. O que acontece é que, nesse caso, existe uma sensibilidade maior com relação à substância – levando em conta que a grelina, além de estimular o apetite, também cumpre papel importante na via de recompensa do cérebro (responsável por processar informações relacionadas à sensação de prazer e satisfação na hora de comer, por exemplo).

De acordo com a nutricionista, uma boa dica para se manter saudável e garantir equilíbrio às funções hormonais é dar preferência a comidas mais naturais sempre que possível. “Alimentos ricos em fibras, proteínas e gorduras boas contribuem para aumentar a saciedade e diminuir a ingestão de alimentos, auxiliando no controle de peso e gordura corporal”, finaliza Carine.