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Por que a dupla “Feijão + Arroz” se tornou inevitável na cultura do brasileiro?
Guia Culinário 17/11/2014

Por que a dupla “Feijão + Arroz” se tornou inevitável na cultura do brasileiro?

Em uma nação tão rica culturalmente, é difícil falar o que realmente define a identidade da gastronomia brasileira. Enquanto o futebol e o samba são exemplos clássicos de paixão nacional, na culinária é a combinação “feijão com arroz”, a tradição mais comum à mesa dos brasileiros.

De acordo com historiadores, o Brasil foi o primeiro país a cultivar o arroz no continente americano. O alimento era o “milho d’água” (abati-uaupé) que os tupis, muito antes de conhecerem os portugueses, já colhiam nos alagados próximos ao litoral, enquanto o feijão passou a ser parte da alimentação no país também pelos índios e depois pelos escravos negros.

Esse típico prato brasileiro não é apenas famoso, mas também bastante nutritivo. O feijão é um tipo de leguminosa muito rica em proteína vegetal, que ajuda na composição dos músculos e tecidos do corpo. Já o arroz é um cereal rico em carboidrato complexo, o que dá energia ao organismo para que todas as atividades do metabolismo sejam devidamente realizadas.

Os dois alimentos se complementam também como aminoácidos, que são parte da proteína. A união faz com que eles formem uma proteína de alta qualidade. É mais saudável comê-los juntos que separadamente, já que o organismo pode não conseguir digerir todos os nutrientes do feijão quando ele é consumido sozinho. O arroz tem a função de ajudar o corpo a fazer a digestão de todas as vitaminas e proteínas.

Variando para não cair na rotina

Manter uma alimentação diária com os dois ingredientes, ajuda a prevenir certas doenças, como a anemia. Há também uma diminuição do risco de problemas cardiovasculares, como a diabetes. Essa dupla ainda ajuda no funcionamento do intestino. Quem não quer cair na rotina, pode optar por substituições bastante saudáveis. Uma dica é variar no tipo do feijão, tirando proveito máximo da diversidade. Que tal optar pelo feijão fradinho, carioquinha, vermelho ou azuki? São muitas opções para você balancear o seu cardápio diário. O arroz também pode ter alternativas mais saudáveis, como por exemplo, fazer mais uso dele em formato integral. Há outros cereais que podem ser fontes de carboidratos complexos, como o milho, o cuscuz marroquino, a quinoa e as massas integrais.

Deixar o feijão de molho é indispensável

A dona do restaurante Vegan Vegan – espaço vegetariano, Thina Izidoro, contou que em seu estabelecimento é servido arroz e feijão diariamente, pois em uma alimentação vegana, o arroz integral e o feijão são as principais fontes de proteína. Ela conta que é importante ter cuidado no preparo das refeições: “O arroz e feijão nós deixamos de molho de véspera para que o ácido fítico (que dificulta a absorção de cálcio, zinco e ferro) seja diluído e dispensado, facilitando a digestão.”

A nutricionista Juliana Saldanha confirma o benefício do método, e garante que deixar o feijão e o arroz de molho, torna o prato ainda mais nutritivo. “Para aumentar a qualidade dos nutrientes vale deixar o feijão de molho antes de cozinhar e dispensar a água antes do cozimento. Assim, você elimina substâncias presentes nas leguminosas que atrapalham a absorção dos nutrientes e a digestão, chamadas anti-nutrientes. Para o arroz, vale investir nos integrais, pois além de conterem o carboidrato complexo, eles terão fibras, vitaminas e minerais importantíssimos para a manutenção da saúde”, aconselha a nutricionista.

Fonte: Arroz – Historia, Variedades, Receitas, por Renata Lucia Bottini, Editora Senac São Paulo.