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Guia Culinário 31/03/2021

Dieta dissociada vale a pena? Nutricionista esclarece a dúvida

Seguir dietas restritivas para atingir algum objetivo específico (como emagrecer) e ter um estilo de vida saudável pode ser benéfico em algumas situações. No entanto, para não correr o risco de montar um cardápio nutricionalmente defasado, é de suma importância sempre consultar um nutricionista. A dieta dissociada, em especial, é geralmente seguida por quem precisa perder peso mais rapidamente e controlar melhor os tipos de nutrientes consumidos. Mas será que ela realmente pode trazer benefícios para o organismo? Para entender bem o assunto, nós conversamos com a nutricionista Luciana Novaes, que falou mais sobre como funciona esse tipo de dieta.

O que é a dieta dissociada?

De acordo com a nutricionista Luciana Novaes, a dieta dissociada tem um funcionamento relativamente simples, pois propõe o consumo separado de certos nutrientes. Os cardápios montados costumam ser bem naturais e balanceados em termos de valores calóricos.

“Com o aumento da obesidade, é frequente o surgimento de dietas com promessas de trazer um emagrecimento efetivo, sem que se precise fazer restrições. Nesse sentido, surgiu o padrão da dieta dissociada. Sua recomendação principal é não ingerir, em uma mesma refeição, alimentos fontes de carboidratos – como arroz, massas, pães, bolos, biscoitos, farinhas, farelos e frutas – e fontes de proteínas, como carnes, ovos, queijos, iogurtes, leites e leguminosas (feijão, ervilha, grão-de-bico e lentilha). A única exceção está no consumo de legumes e verduras”, afirma Luciana.

“O pensamento é que a combinação desses nutrientes traz prejuízos à digestão, absorção e ao metabolismo – e, principalmente, que o consumo de carboidrato à noite favorece o acúmulo de gorduras e o aumento do peso corporal”, complementa a especialista.

A nutricionista explica que a proposta desse tipo de dieta consiste basicamente em distribuir o consumo de nutrientes – em especial, de carboidratos e proteínas -, em diferentes momentos do dia. “Com essa dieta, a maior quantidade de carboidratos passa a ser consumida durante a manhã, até o horário de almoço, período em que há uma maior necessidade de energia e quando o corpo estaria mais ativo. Já as proteínas ficam para o final do dia e para o jantar, período em que o metabolismo é mais lento e esses alimentos, em teoria, ajudam a garantir maior saciedade, evitando-se períodos de compulsão alimentar”, explica.

Afinal, dieta dissociada realmente faz bem para a saúde?

Será que a dieta dissociada realmente pode trazer benefícios para o organismo? De acordo com a nutricionista, é importante tomar cuidado com planos alimentares muito restritivos, pois eles propiciam um maior descuido com o consumo de nutrientes de forma equilibrada no dia a dia.

“Apesar da aparente vantagem de não haver restrição em quantidade e isso atrair muitas pessoas, uma dieta saudável e equilibrada tem a presença de todos os nutrientes. Esse tipo de dieta (dissociada) pode promover um desequilíbrio pelo risco de as escolhas não atenderem a quantidades suficientes ou estarem em excesso, tanto para o carboidrato quanto para a proteína, além das vitaminas e minerais”, explica Luciana.

Vale destacar ainda que, quando realizada por conta própria, sem um bom planejamento, essa dieta pode ser maléfica para o organismo, afetando até mesmo o psicológico do indivíduo com o passar do tempo. “Normalmente, é feita sem o acompanhamento de um nutricionista, aumentando o risco para um desequilíbrio. Apesar de parecer fácil no início, a restrição de alimentos em cada horário não auxilia a pessoa a fazer as melhores escolhas para a sua saúde e nem conhecer como seu organismo trabalha. A longo prazo, essa dieta costuma interferir na rotina, causar estresse e episódios de mau humor, podendo ser difícil de ser seguida no dia a dia”, complementa a profissional.

Em que situações a dieta dissociada é mais aplicada?

Geralmente, a dieta dissociada é seguida por pessoas que querem emagrecer e ver um resultado com maior urgência. No entanto, para que realmente surta efeito, ela precisa ser feita de forma bem estratégica, com um bom controle das calorias consumidas. “Esse tipo de dieta costuma ser praticado por pessoas com grau de obesidade, que querem promover uma perda de peso rápida. É uma estratégia que só deve ser feita por pouco tempo e com acompanhamento profissional”, recomenda a nutricionista.

“Costuma ter um pequeno efeito, que precisa da restrição calórica para demonstrar uma perda significativa. Não é algo aconselhável para uma perda de peso que conseguirá ser mantida – sendo consenso entre órgãos de saúde que a perda de peso que se mantém deve ser fruto de uma mudança de hábitos, dieta equilibrada e da prática da atividade física”, finaliza Luciana.