Recompensa alimentar funciona? Veja como equilibrar a dieta para comer sem culpa

Quem nunca deixou de almoçar com o intuito de “guardar” a fome para uma noite de jantar especial? Ou, então, “negociou” a sobremesa do seu filho ou da sua filha para que a criança comesse toda a refeição? Sim, o conceito de “recompensa alimentar” é um hábito tão comum em nossas vidas que, às vezes, passa naturalmente despercebido. Mas, qual será o verdadeiro efeito dessa “equivalência” em nós? Saiba como podemos equilibrar esses momentos e encontrar maneiras de sair um pouco das dietas do dia a dia, sem deixar, claro, de cuidar do cardápio e das demandas de uma alimentação saudável.

Afinal das contas, não somos robôs. Seguir uma rotina alimentar é essencial, mas a vida também precisa de momentos especiais, fora do padrão. O que não pode acontecer é tornar essa recompensa um vício e, assim, desequilibrar as premissas nutricionais do dia a dia que fazem o nosso organismo trabalhar em prol da saúde física e mental. A boa notícia é que, de acordo com a nutricionista Patrícia Bertoldi Brotherhood, é possível fugir um pouco desse cotidiano de forma natural e sem maiores esforços na volta à vida normal:

“É mais do que comum essa recompensa alimentar. É uma prática habitual e o que mais fazemos no dia a dia. No entanto, ela também precisa ser equilibrada. O que acontece é que muita gente abre essas exceções e não consegue equilibrar, pois comem “porcarias” que estimulam ainda mais o vício. As festas, as celebrações e as vontades vão aparecer, por isso, é preciso saber que toda escolha tem consequências e, com isso, vamos equilibrando”, destacou a profissional dando dicas para uma noite “fora dos padrões”:

“Se você tem uma festa à noite, um jantar, por exemplo, você pode sim fazer, durante o almoço, uma refeição menor, menos calórica, com legumes, salada e peixe. E, antes de ir pra festa, coma frutas que tenham mais água e/ou fibras. Isso suportará bem os seus gastos de energia. Por isso é tão importante não deixar de comer. Chegar com fome ao jantar fará você comer sem pensar e isso piora as coisas. No dia seguinte a festa tem que beber bastante água. Opte por um suco verde de couve, limão e maçã, e coma leve no café da manhã para limpar e organizar o organismo“, enfatizou a profissional.

Não habituem crianças com recompensas alimentares. O prêmio deve ser comer bem!

A recompensa alimentar é tão comum nas pessoas que levamos esse hábito também às futuras gerações. Na preocupação de verem seus filhos comerem bem nas refeições principais, pais e mães abrem as possibilidades de “trocas de favores”, dando aos filhos doces e outras guloseimas em caso de “missão cumprida”, ou seja, ao verem “raspar” todo o prato. Isso, de acordo com a Dra. Patrícia, é preciso ser evitado, para que não crie nas crianças, a impressão errada sobre a necessidade de se alimentar bem mesmo sem os “prêmios”:

“Isso é muito ruim para o comportamento alimentar da criança. Primeiro, porque você força a comer de maneira errada e, segundo, porque você relaciona coisas ruins, sacrifícios, à comida enquanto coisas boas às sobremesas. Por isso, muitas crianças só comem se tiverem um doce após a refeição. Pais e mães precisam entender que devem passar ao seus filhos o conhecimentos que eles ainda não têm”, finaliza a especialista.