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Gestante e vegana? Saiba como ter uma alimentação rica em nutrientes
Guia Culinário 19/06/2018

Gestante e vegana? Saiba como ter uma alimentação rica em nutrientes

Ser vegano é decidir abrir mão de uma dieta com alimentos de origem animal, seja porque não concorda com a maneira que os bichos são tratados ou porque simplesmente acredita que essa forma de consumo não é tão benéfica assim. De qualquer maneira, é preciso fazer substituições para continuar consumindo os nutrientes necessários para viver bem. Mas o que acontece se uma mulher vegana decide engravidar? Será que ela precisar voltar a consumir carne e outros produtos de origem animal?

Grávidas podem ser veganas

O grande problema é que muitas pessoas associam a dieta vegana com uma ingestão de alimentos pobre em nutrientes, o que poderia, teoricamente, colocar em risco a vida do bebê ou impedi-lo de se desenvolver bem. Tal ideia está equivocada, como explica a nutricionista Luciana Novaes. “Não há porque temer. A dieta vegetariana pode ser tão saudável e adequada como qualquer outra forma de alimentação. O importante é ter um profissional, mais especificamente um nutricionista, fazendo esse acompanhamento alimentar”, ressalta.

Como se alimentar bem durante a gestação sem consumir produtos de origem animal

Em qualquer gravidez é importante consultar uma série de profissionais, embora o ginecologista e o obstetra sejam os que logo vêm à mente. O acompanhamento de um nutricionista é essencial, já que ele poderá ajudar a mãe a comer por dois sem que para isso ela tenha que engordar junto com a criança. Além disso, é ele quem irá dizer quais são os nutrientes que mais devem aparecer na dieta durante os nove meses de gestação. No caso de veganas nada muda, já que é preciso apenas substituir os alimentos de origem animal pelos de origem vegetal nas proporções corretas. Conheça alguns dos mais importantes:

Ferro é essencial, já que pode influenciar o crescimento do bebê

Se o ferro já é importante na alimentação diária de qualquer um, no caso das grávidas ele é simplesmente essencial. “Toda gestante precisa dar atenção ao ferro. A deficiência desse mineral leva à anemia, um problema muito comum nas gestantes e que pode comprometer a saúde da futura mamãe e influenciar o crescimento do bebê”, afirma Luciana Novaes.

Entre as melhores fontes desse mineral temos leguminosas e os vegetais verde-escuros. Pois é, seja a gestante vegana ou não, os alimentos mais ricos em ferro são do reino vegetal. É importante destacar que a vitamina C ajuda na absorção desse mineral pelo organismo, e por isso a nutricionista indica acrescentar frutas cítricas nas refeições. Um ótimo exemplo é comer feijão com laranja. Amêndoas, sementes de abóbora, girassol, linhaça e chia são outras opções que possuem boas quantidades de ferro.

Ácido fólico previne a má formação do tubo neural

Caso você não esteja familiarizado com o termo, saiba que o ácido fólico nada mais é do que a vitamina B9. É claro que todo o complexo B é importante, mas essa vitamina ganha um destaque especial na vida de gestantes. Luciana Novaes explica que ela é especialmente importante nos primeiros meses de gravidez. “No início da gestação é fundamental para prevenir a má formação do tubo neural”, afirma. Aliás, ela é encontrada em diversos alimentos que também são ricos em ferro. É o caso das leguminosas, como feijão e soja, e das folhas verde-escuras, como brócolis, espinafre e aspargo.

Proteína é importante para a formação e desenvolvimento do bebê

Agora você pode estar pensando: “E como uma mãe pode trocar a proteína da carne?”. Bem, há diversos outros alimentos que são muito proteicos, e por isso basta substituí-los em quantidades adequadas. “A proteína é importante para a formação e desenvolvimento do bebê, e pode ser facilmente conseguida pelos alimentos vegetais“, diz a nutricionista. Ela está presente, por exemplo, em cereais, como o arroz, aveia e trigo, em leguminosas, como o feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja, e em frutas oleaginosas, como castanhas, nozes e avelãs.

Cálcio é importante para a formação óssea do bebê

Embora o cálcio esteja associado ao consumo de leite, esse mineral também pode ser encontrado em outros alimentos, como repolho, brócolis, couve, extrato de soja, semente de abóbora, girassol e gergelim. Pois é, nenhum possui origem animal, o que significa que todos podem ser consumidos por veganas. É bom frisar que seu consumo na gravidez é essencial. “O cálcio é importante para a formação óssea do bebê e para auxiliar o controle da pressão arterial da gestante”, ressalta Luciana Novaes.

Vitaminas A, C e D: seu consumo é importante tanto para a mãe quanto para o bebê

Tudo bem que a a vitamina C ajuda na absorção de ferro pelo organismo, mas ela também é indicada por outros motivos. Aliás, quando o assunto é gravidez as vitaminas são altamente necessárias, como explica Luciana Novaes. “A vitamina A ajuda na formação dos órgãos e na visão. A vitamina D controla vários processos no organismo, atuando como proteção da síndrome metabólica e na diabetes, enquanto a vitamina C é importantíssima para aumentar a imunidade, protegendo mãe e bebê”. De uma forma geral é possível encontrá-las em frutas, bebidas vegetais e cereais integrais.

Suplementos podem ser alternativa para veganas

De uma forma geral é possível encontrar todos os nutrientes necessários para o nosso bem-estar na alimentação, mas em alguns casos específicos eles não estão presentes no reino vegetal. E é aí que entram os suplementos, que podem se mostrar essenciais durante uma gestação, especialmente se mãe for vegana.

“A vitamina B12 é a única que não conseguimos obter nos alimentos de origem vegetal, mas para repor essa vitamina pode se recorre a suplementação”, afirma Luciana Novaes. “Os suplementos vitamínicos para gestantes são importantes para qualquer mulher grávida, auxiliando para complementar aquilo que não se conseguirá através da alimentação e repor o gasto que a gestação exige. Com cuidado e atenção profissional especializada, uma dieta vegetariana ou vegana pode fornecer uma alimentação adequada e promover vários benefícios para esse período, como um menor risco de diabetes gestacional, controle da pressão arterial e menor chance de ganho de peso excessivo”.